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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Nutrição e Autismo




Como a alimentação pode servir de gatilho para intensificação dos sintomas do autista?
Qual a importância da saúde intestinal no processo?
Qual a influência do uso de antibióticos e das alergias alimentares?
NUTRIÇÃO E AUTISMO - Por Gisele Palavro (Nutricionista Funcional)
O autismo infantil tem chamado muito a atenção nesses últimos anos, não só pelo aumento do número de casos diagnosticados, mas também pelos esforços da ciência em entender essa intrigante síndrome. O autismo apresenta-se geralmente antes dos 3 anos de vida e suas causas são multifatoriais, iniciando por uma tendência genética, que tem como gatilhos os fatores ambientais. Os sintomas apresentados são disfunção do desenvolvimento infantil nas áreas de comunicação, socialização e imaginação.

A cada dia os estudos científicos avançam, sendo que alguns deles apontam hipóteses de que a nutrição tenha uma grande influência nos transtornos do espectro autístico. Para entender um pouco mais sobre como a alimentação pode interferir na saúde de uma criança autista, funcionando inclusive como um gatilho para a intensificação dos sintomas, descreverei três pontos importantes:


Saúde intestinal: O intestino é um órgão de tamanha importância para a saúde humana. É ele quem decide o que entra na corrente sanguínea e o que não entra, ou seja, ele absorve os nutrientes para sustentar todas as células do nosso organismo e ainda impede que substâncias agressivas ou microorganismos possam prejudicar nosso corpo. Como se não bastasse, ele ainda coordena a liberação dos neurotransmissores lá no cérebro, regulando as sensações de prazer, de relaxamento e bem estar. Resumindo, quando a pessoa não está bem dos intestinos, dificilmente ela estará bem humorada. Um intestino saudável começa na primeira infância, com a amamentação exclusiva até os 6 meses e uma adequada introdução de alimentos. Nesse período definimos as classes de bactérias que habitarão o nosso intestino ao longo da nossa vida, influenciando fortemente a saúde.

Uso recorrente de antibióticos: como foi explicado acima sobre a importância da saúde intestinal para uma boa imunidade e nutrição orgânica, quando utilizamos antibióticos de maneira recorrente, o que acontece com muitas crianças nos primeiros anos de vida, nossos intestinos sofrem imensamente, pois as bactérias que auxiliam seu funcionamento são mortas junto aos microorganismos agressores, favorecendo o aumento do número de fungos que se proliferam no organismo, causando desequilíbrios como hipoglicemia, disbiose severa (desequilíbrios nas bactérias intestinais), inflamação e ativação do sistema imunológico, entre outras complicações. É aconselhado que pais e médicos pensem em métodos alternativos como homeopatia e fitoterapia, antes de recorrerem aos antibióticos, buscando evitar os efeitos colaterais que esses medicamentos causam;  

Alergias alimentares: estima-se que cerca de 50% da população mundial tem algum tipo de alergia alimentar. As alergias a alimentos podem se manifestar imediatamente após o consumo (alergias imediatas) ou até 72 horas após, o que dificulta a identificação do alimento que fez mal. Os sintomas são os mais diversos: sinusites, rinites, otites, amidalites, dores pelo corpo, manchas e vermelhidão na pele, prisão de ventre, diarréias, gases, dores de cabeça, irritabilidade, hiperatividade, etc. Quanto ãs alergias imediatas, são facilmente identificadas quando observa-se os sintomas ou por meio de exames, porém, as alergias tardias são mais complexas de identificar, existindo alguns exames que podem ser feitos como os testes de alergias mediadas por IgG através do sangue, que auxiliam na identificação dos alimentos alergênicos para cada pessoa. Infelizmente, ainda são exames caros no Brasil. 
Muitas vezes, o nutricionista que acompanha a criança pode fazer um estudo dos prováveis alimentos que podem estar causando os sintomas e excluí-los por pelo menos 2 meses e observar se houve melhora. Os alimentos considerados mais alergênicos são: frutos do mar, leite e derivados, glúten, oleaginosas, soja, camarão, amendoim, peixes e ovos. É importante que se observe atentamente a ingestão desses alimentos na primeira infância, introduzindo um de cada vez em quantidades pequenas, de maneira a evitar a ingestão diária. Lembrando que mais importante do que a restrição é a inclusão variada de alimentos insubstituíveis como frutas, legumes, verduras, grãos e cereais integrais.

Grata Gisele! 


 Gisele T. Palavro,
Nutrição funcional - CRN5 4781
Nutricionista da Clínica Larmonie, Centro de Quiropraxia Conrad e Douglas.
www.larmoniequiropraxia.com.br
Facebook: Clínica Larmonie
e-mail: giselepalavro@yahoo.com.br.

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